Imagine que você vai fazer uma ultrassonografia abdominal de rotina e descobre um pólipo na vesícula. Em uma situação como essa, muitas coisas podem acabar passando pela sua cabeça. Sendo assim, o objetivo deste artigo é justamente esclarecer sobre o que vem a ser esse achado e suas principais consequências.
Na grande maioria dos casos de pólipos de vesícula, não existe tratamento específico, somente um acompanhamento anual com ultrassonografia de controle. Mas essa conduta conservadora vai depender das características do pólipo. Se for único e menor ou igual a 5mm pode ser feito somente o seguimento.
Por não apresentar sintomas, muitas vezes o pólipo na vesícula é descoberto incidentalmente durante exame. Eles são pequenos nódulos que crescem na parede da vesícula biliar. Geralmente, surgem por um excesso de colesterol ou devido a processos inflamatórios crônicos. Em 90-95% dos casos, são concreções de colesterol benignos e não causam qualquer tipo de sintoma, figura 1.
Figura 1: pólipos de colesterol dentro da vesícula biliar.
Mesmo que aparentemente não ofereçam perigo, alguns pólipos podem na verdade ser um câncer na vesícula em fase inicial. No entanto, é preciso conhecer bem sobre essa condição. Sendo assim, se quiser saber mais sobre os pólipos que se tornam câncer, continue acompanhando a leitura do artigo.
Como citamos anteriormente, a grande maioria dos pólipos são benignos, um pseudo-tumor, o colesteroma, que consiste em depósitos de colesterol na parede da vesícula. Normalmente, são pequenos, menores que 5mm e não tem risco de progredir para câncer. Estes casos necessitam apenas de acompanhamento para controle.
Já os pólipos cancerígenos podem ser malignos, os chamados adenocarcinomas. Geralmente, são lesões maiores ou iguais a 1cm, ou nódulos que apresentam um crescimento entre os exames de controle. Quando nos deparamos com esses casos, indicamos a cirurgia para retirada da vesícula.
Os estudos sobre o que pode causar pólipos na vesícula ainda não são totalmente conclusivos, mas sabemos que os pólipos de colesterol estão relacionados a diminuição da capacidade da vesícula biliar em solubilizar a bile, deixando-a mais densa. Esse adensamento da bile forma pequenos acúmulos de cristais de colesterol que se apresentam nos exames de imagem como pólipos.
Antes de mais nada, é preciso deixar algo bem claro: os pólipos não causam sintomas! Sendo assim, se o paciente apresentar sintomas como dor abdominal, má digestão e náuseas, é necessário investigar outras causas.
Um importante diagnóstico diferencial a ser feito nesses casos de pacientes com sintomas é a microlitíase biliar. Mas, afinal de contas, do que ela se trata? A microlitíase biliar, também chamada de barro biliar, são pedras na vesícula menores que 3mm, os chamados microcálculos, que podem trazer alguns sintomas semelhantes dos pacientes que possuem pedras maiores.
O diagnóstico de pólipos na vesícula é feito por meio do ultrassom cuja imagem mostra um pequeno nódulo fixo na parede da vesícula, o que o difere do cálculo, já que este é móvel. Devemos nos atentar para os casos de múltiplos pólipos que podem ser um indicativo de microlitíase biliar, ou seja, pólipos que cresceram ou são maiores que 1cm.
Nestes casos, existe a necessidade do paciente ser direcionado para investigação complementar com Colangio – ressonância e/ou Eco - endoscopia alta. Tudo isso com o intuito de aumentar a acurácia do diagnóstico e definir o que deve ser feito.
Na grande maioria dos casos de pólipos de vesícula, não existe tratamento específico, somente um acompanhamento anual com ultrassonografia de controle. Mas essa conduta conservadora vai depender das características do pólipo. Se for único e menor ou igual a 5mm pode ser feito somente o seguimento.
Pólipos maiores que 1cm ou que cresceram entre um exame e outro, achados de lama biliar ou microlitíase biliar, precisam ser tratados com cirurgia: colecistectomia laparoscópica. Trata-se de uma cirurgia minimamente invasiva que retira a vesícula biliar utilizando pequenos furos no abdômen.
E os pólipos entre 5 e 10mm? Nesses casos, usamos o bom senso e individualizamos cada situação, balanceando o custo x benefício de acompanhar ou operar.
A recuperação desta cirurgia é rápida, a alta hospitalar pode ser no mesmo dia da cirurgia. Além disso, a ausência da vesícula biliar não costuma causar problemas na grande maioria dos pacientes operados. A colecistectomia laparoscópica é uma das cirurgias mais frequentemente realizadas no mundo.
CIRURGIA DE RETIRADA DA VESICULA BILIAR- SAIBA MAIS