Esta é uma condição que, infelizmente, está se tornando cada vez mais frequente entre os praticantes de musculação, halterofilismo de alta performance, bodybuilders e fisiculturistas.
Alguns pacientes nos procuram para tratamento de um grande abaulamento da parede abdominal pensando em diástase abdominal. Entretanto, no exame físico e radiológico, não detectamos afastamento da musculatura, e, de fato, não existe uma diástase da musculatura abdominal.
Essa dilatação e abaulamento da parede abdominal, foto 1, foi inicialmente descrita observando-se os achados da avaliação do abdome do fisiculturista Dave Palumbo na década de 1990. Este bodybuilder após anos de treinamento passou a apresentar um grande aumento do volume abdominal, também chamado de “bubble gut”.
A discussão sobre as causas do palumboísmo ainda é um tema controverso e com pouca fundamentação técnica na literatura médica, no entanto, alguns principais fatores de riscos foram apontados:
Teoricamente, o efeito desses fatores de riscos seria uma hipertrofia da musculatura da parede abdominal de forma desproporcional, principalmente dos músculos oblíquos, associada a uma visceromegalia – aumento do volume dos órgãos abdominais pelo efeito do GH e das dietas hipercalóricas.
A consequência do palumboísmo é uma deformidade da parede abdominal e desproporção em relação as outras partes do corpo.
Infelizmente, esta condição ainda é pouco estudada e não existem publicações cientificas com protocolos e normativas para um tratamento específico.
Inicialmente, é recomendado a suspenção do uso de hormônio de crescimento – GH, insulina e anabolizantes, além de procurar auxílio com especialista em nutrição esportiva.
Não sou especialista em medicina do esporte, mas como tenho observado que atletas e praticantes de musculação têm me procurado para avaliação cirúrgica de hérnias da parede abdominal e tratamento cirúrgico de diástase abdominal, acredito que seja interessante abordar esse tema como diagnóstico diferencial.