O que é FÍSTULA RETOVAGINAL?

As fístulas retovaginais são definidas como uma comunicação anormal entre o reto e a vagina. É uma doença pouco frequente e pode acontecer como resultado de uma infecção local na vaginal, anal ou retal com formação de abscesso, trauma obstétrico ou cirurgia ginecológica e no períneo, Doença de Crohn, radioterapia pélvica e câncer. 

A maioria das pacientes apresenta perda de gases e fezes através da vagina além de secreção com odor fétido, afetando a qualidade de vida da paciente, pelo constrangimento no convívio social, restrição de algumas atividades físicas, e, principalmente, pela crise conjugal pela dificuldade criada durante a relação sexual.  Além disso, são frequentes quadros depressivos e transtornos de ansiedade.

O tratamento das fistulas reto-vaginais é cirúrgico e desafiador, tanto pela sua dificuldade técnica, quanto pela alta probabilidade de necessitar de mais de um procedimento. 

Figura 1: Fístula retovaginal

É importante salientar que a técnica cirúrgica escolhida depende muito da causa da formação da fístula. Por exemplo, se for causada por um câncer é necessário tratar adequadamente este antes de operar a fístula. No caso de infecção criptoglandular anal é necessário resolver a fístula anal associada, e nas pacientes com fístulas secundárias a radioterapia é mandatório interpor tecido sadio no local irradiado. Nas pacientes portadoras de Doença de Crohn e fístula retovaginal, não tem como resolver o trajeto da fístula sem antes tratar a atividade da doença com terapia biológica.

Apesar do diagnóstico da fístula retovaginal ser relativamente fácil de ser realizado por meio de um exame físico detalhado usando um espéculo vaginal e anuscópio, é necessário todo um estudo sobre a causa da formação daquela fistula, do tecido que precisa ser reparado e da melhor técnica cirúrgica para cada caso individualmente. E os exames de imagem que podem nos auxiliar a correlacionar o trajeto da fístula retovaginal com o esfíncter anal e a musculatura do assoalho pélvico são a ressonância de pelve e o ultrassom endoanal.

 As taxas de falha do tratamento e de recorrência não são desprezíveis, porque, na maioria das vezes, se trata de um tecido que já sofreu traumas e a capacidade cicatricial da região encontra-se reduzida. Lembrando ainda que a taxa de sucesso diminui a cada tentativa de reparo tecidual. Por isso, a escolha assertiva da equipe médica com experiência na condução de casos de fistula retovaginal é fundamental!

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