A fissura anal é uma das doenças mais comuns do ânus. Consistindo em uma ferida do canal anal que pode se estender da borda do ânus até a região mais interna, próximo ao reto.
Acomete pessoas de todas as idades (é a causa mais comum de sangramento em crianças), mas tende a ser mais comum em adultos jovens. Aliás, ambos os sexos são igualmente afetados.
A principal queixa e manifestação clínica da fissura anal é a intensa dor para evacuar, que pode ocorrer durante ou após a defecação. Assim, algumas vezes apresenta dor latejante intensa e incapacitante. Além disso, pode causar sangramento anal ou sangramento nas fezes, geralmente identificado na higiene anal.
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A fissura anal pode ser aguda, quando ocorre um atrito maior na região anal que machuca o tecido da parte interna do ânus, como exemplo podemos citar:
A fissura anal crônica é uma ulceração da fissura aguda. Ou seja, a fissura com o tempo fica mais profunda, com bordas mais grossas. Além disso, o tratamento com medicamentos tópicos como creme e pomadas tornam-se menos efetivos que no tratamento da fissura aguda.
A justificativa para essa evolução clínica de cronificação da fissura está geralmente relacionada a um cuidado inadequado da fissura anal aguda. Também é motivada por uma força aumentada do músculo que envolve o ânus e confere a capacidade de controle da saída de fezes sólidas e líquidas, além dos gases.
Esse músculo, ou melhor, conjunto de músculos, é o chamado esfíncter anal.
O tônus aumentado do esfíncter anal, ou como mencionei, a força de fechar o ânus exacerbada, faz um efeito de compressão e pinçamento dos vasos do canal anal. Assim, desencadeando um processo de falta de sangue no local (isquemia), o que prejudica o fechamento e adequada a cicatrização da fissura anal.
Associada a fissura anal crônica, é frequente identificarmos um excesso de pele na borda do ânus, chamado de plicoma anal. Isso pode causar incômodo local, coceira ou trazer dificuldade na higiene anal.
Os tratamentos convencionais costumam ser agressivos, dolorosos e causam afastamentos do trabalho. Desse modo, foi pensado num método que diminuísse temporariamente a força de contração do ânus, ou melhor, do esfíncter anal. Além disso, havia o intuito de propiciar o fechamento e cicatrização da fissura anal.
Esse método é a aplicação da toxina botulínica – Botox® no esfíncter anal. Assim, relaxa parcialmente a musculatura e auxilia no fechamento da fissura. Aliás, esse procedimento é realizado em centro cirúrgico sob sedação para trazer maior conforto ao paciente.
A aplicação de toxina botulínica para tratamento de fissura anal crônica apresenta aderência crescente entre os coloproctologista. Afinal, é um método pouco invasivo e que não desencadeia um cuidado pós-operatório muito intenso e trabalhoso.
O uso do Botox para fissura anal pode ser realizado em conjunto com a retirada do excesso de pele da borda do ânus – plicoma anal. Então, seja nos casos em que o paciente sinta um incômodo anal ou tenha uma preferência estética.
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