Você sabia que a correção da diástase abdominal pode ser realizada por cirurgia minimamente invasiva usando somente 3 furinhos?
O avanço da tecnologia e das técnicas cirúrgicas viabilizou a correção de grandes diástases sem a necessidade de realizar abdominoplastia, foto 1. Neste artigo falaremos sobre a correção da diástase por meio da cirurgia robótica e de suas vantagens.
A diástase é o afastamento dos músculos retos abdominais que formam a parte da frente do abdome e ajudam na formação do contorno da cintura. Esse afastamento da diástase é causado principalmente por gravidez, ganho e perda de peso de forma rápida e perda de massa muscular, levando a uma frouxidão muscular e esgarçamento da linha central do abdome.
Há pessoas que acreditam que o abaulamento da diástase seja gordura abdominal localizada, porém, mesmo emagrecendo bastante, este abaulamento da parede abdominal não melhora, o que causa insatisfação com seu próprio corpo e queda da autoestima.
Você acredita que possui a diástase da musculatura do abdome? Conhece alguém com essa queixa? Fique atento neste artigo que falaremos mais sobre este problema tão comum e explicaremos como você pode corrigi-lo.
Para começar existe uma relação entre o formato do abdome e o tipo de diástase abdominal – figura 1, veja abaixo:
Esse afilamento muscular e o espaço criado no meio do abdome podem ser facilmente identificado ao fazer esforços, sentar-se ou ao levantar-se da cama, aparecendo uma protuberância bem no centro do abdome. Outra queixa frequente dos portadores de diástase é uma dor lombar crônica desencadeada por uma sobrecarga devido ao desalinhamento de um “core abdominal” enfraquecido.
Ainda é possível fazer um autoexame para ajudar a identificar a diástase, figura 2. O exame é simples e pode ser feito em casa, porém é importante salientar que não substitui a consulta médica com o especialista. Vamos ao passo a passo:
O tamanho da diástase pode variar dependendo do grau de afastamento e fraqueza muscular, há casos de afastamento de mais de 15 cm. No entanto, a descrição detalhada do tamanho da diástase e de suas dimensões é melhor avaliada por meio de exames de imagem como:
Agora que você sabe identificar a presença da diástase abdominal, vamos falar sobre o tratamento dessa condição que tanto incomoda homens e mulheres.
Há uma grande parcela de pacientes que consegue fortalecer a parede abdominal e hipertrofiar a musculatura a ponto de aproximar os retos abdominais e resolver a queixa de abaulamento. Isso é possível por meio de exercícios que fortalecem o “core abdominal” e devem sempre ser conduzidos por profissionais habilitados tanto educadores físicos quanto fisioterapeutas.
Existe, porém, alguns pacientes que, mesmo fazendo os exercícios adequadamente não apresentam êxito e continuam a queixar-se tanto da estética do abdome quanto das dores lombares. Para estes pacientes que persistem com a diástase, nem tudo está perdido, para eles existe a opção de fazer a correção cirúrgica da diástase.
Essencialmente existem 2 perfis de pessoas portadoras de diástase abdominal:
Diástase com excesso de pele
X
Diástase sem excesso de pele
Pacientes que possuem excesso de pele associada a diástase abdominal, preferencialmente, devem procurar tratamento com o cirurgião plástico. Porque nestes casos se faz necessário retirar essa pele em excesso em conjunto com a correção da diástase por via aberta pela técnica de abdominoplastia, foto 2.
A diástase de retos abdominais sem excesso de pele, ou com um excesso mínimo de pele pode ter o seu tratamento realizado por via minimamente invasiva por meio de cirurgia robótica, fotos 3.
A proposta é realizar a aproximação da musculatura abdominal através de 3 pequenos cortes na região inferior do abdome próximo ao púbis, reconstituindo o formato da parede abdominal e melhorando o contorno corporal, vídeo 1.
Vídeo 1: Animação da cirurgia de diástase abdominal com cirurgia robótica.
As vantagens de ser submetido a cirurgia robótica para tratamento de diástase em relação a abdominoplastia são:
1.Insuflação de gás carbônico dentro do abdome para criar espaço para realizar a cirurgia;
2.Realização de 3 pequenas incisões de 0,8cm a 1cm;
3.Instalação das cânulas para passagem das pinças cirúrgicas robóticas;
4.Acoplamento do robô da Vinci Xi nas cânulas por onde entram as pinças no abdome;
5.Identificação da área de afastamento muscular e fraqueza da diástase;
6.Correção de hérnia umbilical, hérnia epigástrica ou outras hérnias associadas;
6.Meticulosa sutura e fechamento com pontos contínuos e separados da falha muscular da diástase;
7.Revisão da simetria de aproximação muscular;
8.Retirado gás carbônico de dentro do abdome e das cânulas;
9.Fechamentos dos furinhos com fios absorvíveis e cola de pele, para não ser necessário retirada de pontos.
É muito frequente realizarmos a correção da diástase abdominal associada a outros procedimentos realizados pelo cirurgião plástico, como lipoaspiração convencional, lipoaspiração HD, mamoplastia e retoque de cicatriz de cirurgias prévias. Mas a cirurgia para diástase também pode ser realizada em conjunto com cirurgias de outras especialidades, como as ginecológicas, por exemplo.
Em média a duração da cirurgia de diástase robótica é ao redor de 2 horas, mas pode variar dependendo do tamanho da diástase, biotipo do paciente e se existe hérnia de parede abdominal para ser corrigida.
Geralmente orientamos as pacientes que apresentaram diástase após gravidez a esperarem um período de pelo menos 6 meses após o parto ou cesariana, com o intuito de haver um tempo suficiente para ocorrer o equilíbrio do corpo materno e recomposição dos tecidos da parede abdominal.
Com certeza! Inclusive é muito frequente a diástase dos retos abdominais ser acompanhada de hérnia umbilical, hérnia epigástrica ou hérnias inguinais. Porque a fraqueza da parede abdominal predispõe a formação destas hérnias. Em alguns casos, além do reparo muscular e aponeurótico da hérnia, pode ser necessário a instalação de uma tela para fortalecimento da região para prevenir que se forme outro orifício na parede abdominal e a hérnia volte.
Toque aqui para saber mais sobre Hérnias da Parede Abdominal.
Mesmo praticando exercícios regulares de musculação, para fortalecimento dos músculos da parede abdominal, pode ocorrer a formação da diástase. Um exemplo é essa foto 4, demonstrando a diástase em fisiculturista.
Foto 4: Fisiculturista a direita com diástase abdominal, imagem extraída do google.
Alguns pacientes que praticam exercício anabólico intenso, como fisiculturistas e bodybuilders, nos procuram para tratamento de um grande abaulamento da parede abdominal. Entretanto no exame físico e de imagem não detectamos afastamento da musculatura, ou seja, não existe uma diástase da musculatura. Esta condição, na verdade, se chama palumboísmo e está relacionada a uma deformidade da parede abdominal associada a visceromegalia, induzidos por hormônio do crescimento (GH) e anabolizantes esteroides utilizados de forma indiscriminada. Foto 5.
Toque aqui para saber mais sobre palumboísmo.
Esse é um material explicativo para trazer informações aos pacientes portadores de diástase abdominal ou pessoas que querem saber mais sobre esta condição. Caso ainda possua dúvidas sobre o procedimento clique aqui e escreva sua pergunta.