A constipação intestinal é um sintoma muito comum e, provavelmente, a queixa gastrointestinal mais frequente. Pode-se definir a constipação como um transtorno caracterizado por dificuldade persistente para evacuar ou sensação de evacuação incompleta e/ou movimentos intestinais infrequentes (a cada três a quatro dias ou com menos frequência), na ausência de sintomas de alarme ou causas secundárias.
Algumas causas de sintomas incluem:
A constipação pode se apresentar da seguinte forma:
A constipação pode ser considerada crônica se o paciente apresentar dois ou mais dos sintomas anteriores nos últimos três meses.
Em geral, o diagnóstico é feito por critérios clínicos – quantas vezes o paciente consegue evacuar, sua dificuldade para o ato e a consistência das fezes. Alguns exames podem ser realizados a critério do médico.
Em indivíduos constipados sem nenhuma causa evidente, o tratamento visa atenuar os sintomas e, sempre que possível, atuar nos mecanismos fisiológicos que regulam as funções do trato gastrointestinal. Deve-se diminuir (ou abolir) o uso de medicamentos que podem causar constipação e corrigir anormalidades metabólicas (ex.: hipotireoidismo).
Deve-se procurar manter um horário para evacuar, de preferência após uma refeição (comumente 30 minutos depois do café da manhã), e defecar ainda que não haja desejo. Com o passar do tempo, torna-se um reflexo condicionado. Essa medida isoladamente é tão efetiva quanto o uso de laxantes. Sempre que possível, não se deve deixar de atender ao desejo de evacuar, adequar a ingestão de líquidos (no mínimo, um litro e meio ao dia), tratar afecções anorretais (hemorroidas, fissuras, fístulas, retocele etc.) por vezes existentes e praticar exercícios físicos regularmente, em especial abdominais. Essa última medida visa reforçar o diafragma e a musculatura abdominal, que participam ativamente do processo de evacuação. Deve-se evitar o uso abusivo de laxantes.
A adoção de dietas ricas em fibras vem sendo cada vez mais estimulada, não só para tratar a constipação intestinal, mas também para prevenir outras doenças. As fibras fazem parte de alimentos vegetais, como cereais, frutas, verduras e leguminosas, que o organismo não consegue digerir porque o sistema digestivo humano não contém enzimas para decompor tais substâncias. Do ponto de vista fisiológico, atuam no organismo, retendo água e aumentando o bolo fecal. Nesse sentido, cada grama de fibra ingerida produz aumento de até 15g no peso das fezes. As fibras ocasionam também incremento do volume e amolecimento fecal. Outras abordagens terapêuticas incluem, ainda, psicoterapia, tratamento farmacológico e, em alguns casos, tratamento cirúrgico.